segunda-feira, 2 de maio de 2011

OFICIAIS PIONEIRAS


Oficiais pioneiras na Brigada Militar - Rosane de Oliveira, ZERO HORA, 01/05/2011

Quando Janete Consuelo Ferreira (E), Ana Haas, Carmen Andreola e Sílvia Vissot Bitencourt entraram para a Brigada Militar, há 25 anos, estavam quebrando um tabu: eram, junto com mais seis colegas, as primeiras mulheres a frequentar a academia da centenária instituição. Entraram sabendo que chegariam no máximo ao posto de capitão. O tempo passou, as regras mudaram e as quatro acabam de ser promovidas a tenente-coronel.

Em 1986, Janete tinha 25 anos e era formada em Serviço Social; Ana, aos 23, em Educação Física; Carmen, 25, em Enfermagem, e Sílvia, 24, em Farmácia. Nunca tinham segurado uma arma na mão.

Desses 25 anos, cada uma guarda uma lembrança do melhor e do pior momento. Carmen lembra de quando ajudou a prender um jovem traficante na Restinga, pai de um menino de pouco mais de dois anos. Quando estavam levando o pai, o menino ameaçou: “Quando eu crescer, vou matar vocês”.

– O pior foi quando precisei entregar o corpo de um soldado morto ao pai que morava no Interior – relata Silvia.

Para Ana, o mais difícil foi quando acompanhava uma manifestação do MST e o grupo depredou o prédio da Receita Federal:

– Eles jogavam foices, paus e pedras por cima de nós.

Janete e Sílvia, cada uma mãe de duas meninas, tiveram dificuldade para conciliar a maternidade e as tarefas de brigadianas. Mas sobreviveram.

Quando falam do significado de serem as primeiras a chegar no penúltimo degrau da carreira, não hesitam: foi uma vitória das mulheres.

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