domingo, 23 de março de 2014

O QUARTO POSTO E A GUABIROBA











Luiz Carlos Marques Pinheiro 



Ano 1935. Na década de ’30 o Fragata era o melhor bairro de Pelotas, o bairro que mais crescia e o mais badalado. No coração do Fragata estava situado o Parque Sousa Soares, o ponto mais famoso e de maior atração da cidade, especialmente nos fins de semana. O Fragata era o bairro mais populoso e movimentado da cidade pela presença do prado, do cemitério, do parque Ritter com suas retretas aos domingos e o seu “bosque Champs Elisée”, do parque Souza Soares, a maravilha de recreação para toda a família. O Parque dava frente para a Av.Gal.Daltro Filho (hoje Av.Duque de Caxias), a principal via de acesso do bairro e via de saída para Jaguarão e Bagé.

O Parque se tornou tão importante na vida da cidade que os seus freqüentadores, a classe média-alta, exigiram que a Light & Power, administradora do sistema de bondes, desviasse os trilhos para dentro do Parque, para maior comodidade dos seus usuários. Na extremidade esquerda do Parque havia uma entrada, uma estradinha de terra, chamada de Estrada da Guabiroba, que dava acesso aos terrenos localizados depois do parque.

Como o parque era o “point” da cidade, todos os terrenos que se localizavam na estrada da Guabiroba, de frente para o parque, ficaram muito valorizados, com uma grande procura pelos ricos de Pelotas. Os ricos compravam os terrenos para construir chácaras. Era um luxo só! Ter uma casa na cidade e uma chácara a 5 km. de distância. Sossego, tranqüilidade, intimidade, ausência de vizinhos...Um lugar excelente para se passar um final de semana reunido com a família. Bastava um casal de caseiros e as chácaras proporcionavam desfrutar de árvores frutíferas, canteiros com flores, canteiros com temperos, criação de porcos e de galinhas.

Ah! As galinhas! Não só davam os ovos para os doces, como davam as penas, para os acolchoados e travesseiros. E, principalmente, davam a carne e o sangue para fazer a maravilhosa “galinha a molho pardo”. As chácaras proporcionavam ainda, como sub-produto, o abastecimento da casa da cidade com frutas, flores e temperos.

Possuir uma chácara no Parque era um atestado público de riqueza. Como eram casas para o final-de-semana, não eram muito grandes, mas muito confortáveis, mesmo assim. Os ricos se tratam bem...Algumas eram térreas; outras, assobradadas.

As senhoras ricas se esmeravam nos cuidados com os jardins. Afinal de contas, os jardins iriam proporcionar as flores para enfeitar a casa. 6 É claro que, visto com olhos de hoje, a vida não era tão fácil assim. Apenas para dar uma pálida idéia: não havia luz elétrica, era lampião a querosene (eram necessários vários, em uma casa); não havia telefone; não havia geladeira, chamava-se frigorífico e era abastecido com pedras de gelo, de fornecimento irregular; o fogão era a lenha, com o reforço de um fogareiro a carvão e um fogareiro “Primus” de pressão, a querosene, para as coisas mais rápidas; o ferro de passar roupa era a carvão; a água para beber tinha que ser filtrada em filtro de barro; e por aí vai. Para o frio, a solução era a clássica: uma boa lareira, com nó de pinho.

A água do banho era aquecida por um aquecedor cilíndrico, de latão, instalado na parede do banheiro, acima da banheira. A parte superior do aquecedor era o reservatório de água. Na parte inferior se colocava jornal para queimar. Havia um pequeno receptáculo, onde se colocava álcool e tocava fogo. No Rio de Janeiro já havia o aquecimento a gás encanado, mas o Fragata não tinha gás...

Uns poucos usavam o sistema de serpentina, que é um sistema de tubulações que aproveita o calor gerado pelo fogão a lenha para aquecer a água do banho. Os encanamentos serviam apenas a parte térrea das casas. Na parte superior dos sobrados não havia encanamentos, portanto, o banheiro tinha que ficar no térreo. Eu digo “o banheiro”, porque só havia um em cada casa. 

O rádio era ligado somente à noite. Como não havia luz elétrica, os rádios funcionavam com bateria. E, para não gastar bateria, somente ligavam o rádio à noite, principalmente para ouvir a “Voz do Brasil”. A Voz do Brasil era fundamental para manter-se informado sobre as notícias do Brasil, porque jornal muito pouca gente comprava; era preciso fazer economia. Não havia rede coletora de esgoto. Os dejetos do banheiro e a água com gordura da cozinha eram canalizados para fossas sépticas no quintal, profundas e separadas. A fossa dos dejetos era chamada popularmente de “poço negro”. A água do banho e da pia do banheiro eram canalizadas para a rua, para uma  vala a céu aberto ao longo da Estrada da Guabiroba, por onde também corria a água da chuva. Como não havia lixeiro, o lixo seco era queimado no quintal. Eles sabiam que se mantivessem bem limpo o entorno da casa seria remota a possibilidade do aparecimento de ratos.

Mas os ricos não achavam ruim, porque não conheciam outra realidade. Para eles era normal. Não existia nada melhor no mundo que eles pudessem comprar. E assim eram felizes... 

Esse padrão de desconforto se manteve inalterado em toda a década de ’40. Primeiro, porque o Brasil enfrentou uma II Guerra Mundial; depois, porque o pós-guerra, de 1946 em diante, foi extremamente difícil para o Brasil. Somente após 1950 Pelotas começa a dar sinais de que é possível ter acesso a um padrão mais confortável. Lentamente, tem início a industrialização, a 7 modernização urbana e a migração do campo para as cidades, que foram fatores determinantes para a modernização de Pelotas.

Mas o grande salto de qualidade em Pelotas somente foi dado a partir de 1958, quando se instalam, então, os conceitos de cidade moderna, acompanhando, mais ou menos, o que acontecia no Brasil. Com o tempo, ao longo da estrada da Guabiroba, depois do parque, começaram a surgir algumas construções, já com o espírito de residência definitiva. E esses moradores ficaram conhecendo o outro lado do parque. Apenas para que se tenha um parâmetro, em 1947 só havia 1.289 residências em todo o Fragata, distribuídas entre as inúmeras vilas que compunham o bairro.

Morar no parque significava ter que pegar o bonde todos os dias, na avenida. Ou seja, caminhar pela estrada de terra uns trezentos metros ou mais. Nos dias secos, era só uma pequena caminhada. Mas na época das chuvas - dias a fio chovendo - a estrada virava um barro só. E os moradores tinham que andar no barro até a avenida pra pegar o bonde. Para os ricos o acesso era bem mais fácil, porque era feito por automóvel. O bonde era o único meio de transporte em Pelotas; não havia outra alternativa. Estranhamente, a bicicleta não caiu no agrado dos pelotenses e nunca foi considerada um meio de transporte, a despeito de a cidade ser extremamente plana, propícia para o seu uso.

A volta para casa era à noite, e não havia luz elétrica na estradinha. Era preciso andar com lanterna até chegar em casa. No inverno, nos dias chuvosos, se chegava em casa todo embarrado. Esse fato acabou criando um hábito curioso nos moradores residentes. Ninguém saía de casa à noite; ficavam todos em casa. Como compensação, todos os solteiros saíam de casa no sábado à noite, para descontar os dias fechados em casa. Os casados, estes não faziam questão, tinham companhia, e sempre era possível sair para pegar um cineminha. Não adiantava se arrepender. Como as casas eram próprias, ficava mais difícil se mudar.

Em 1935, o meu pai tinha 21 anos e morava com a mãe viúva, e cinco irmãos, na Guabiroba, na chácara. A minha mãe morava do outro lado da avenida Daltro Filho, em frente ao parque, com os pais e cinco irmãos, numa fileira de nove casas que o meu avô materno tinha mandado construir. Ali eles se conheceram, namoraram, casaram em 1939, e eu nasci em 1940.

O 4º Posto. Na esquina da Av.Gal. Daltro Filho com a Estrada da Guabiroba, em frente ao parque, ficava o 4º Posto da Brigada Militar. Única e solitária presença do Poder Público no bairro. O 4º Posto era uma referência em todo o bairro do Fragata. Todo mundo corria para o Posto quando tivesse uma necessidade. O Posto era a solução para todos os problemas. Principalmente porque era o único lugar em toda a redondeza que tinha telefone. Quem precisasse de um telefone corria para o posto.

Na prática, o Posto funcionava como uma extensão da Companhia Telefônica. Todas as emergências eram socorridas pelo Posto. O pedido de uma ambulância, ou do carro de bombeiros, era feito no posto. Na verdade, acabava sendo a ocupação principal dos brigadianos.
Roubos não havia, salvo os de galinha. Aliás, ficou famosa a expressão “ladrão de galinha”, para se referir a um ladrão mixuruca. A palavra “assalto” não existia na época. As ocorrências policiais eram apenas as de desordem provocadas por bêbados e desavença entre vizinhos. Só. 

Não havia possibilidade de fazer policiamento ostensivo. O número de policiais era muito limitado. Dessa forma as funções ficavam circunscritas ao ambiente interno do posto e ao atendimento às pequenas ocorrências. No entanto, o Fragata todo tinha muito respeito pelo Posto e pelos brigadianos, pela ação comunitária que faziam. Era motivo, até, de orgulho para o bairro, poder contar com um Posto da Brigada.


Fonte: A PELOTAS QUE EU VIVI  
http://pelotascronicasurbanas.files.wordpress.com/2013/03/o-livro_edicao-consolidada.pdf


Matéria apontada por Rogério Brodbeck e fonte indicada por Alberto Afonso Landa Camargo.

sábado, 9 de novembro de 2013

LINHA DE TIRO DA BRIGADA MILITAR NAS BANANEIRAS


Correio do Povo do dia 11 de novembro de 1910 noticiava:

Linha de tiro - A 19 do corrente, ás 3 horas da tarde, realizar-se-á, na chácara das Bananeiras, arraial do Parthenon, a inauguração official da linha de tiro da Brigada Militar. Carlos Barbosa, presidente do Estado, comparecerá ao acto.

Fonte: Jornal Correio do Povo - Coluna "Há um século no Correio do Povo".

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CEL AGENOR BARCELOS FEIO: BRIGADIANO HERÓI REVOLUCIONÁRIO

JORNAL ABC DA SEGURANÇA

Articulador e trainer dos operadores, participou do ataque ao Quartel da 3ª Região Militar em 3/10/1930



As informações que colhemos das mais diferentes fontes reforçaram o que já estávamos pensando de tão importante figura da Revolução de 1930.

Realmente, o Cel Agenor Barcellos Feio tinha sido um homem de valor, pois era bondoso, justo e disciplinador.

Precisávamos colher elementos para traçar, ainda que superficialmente, a biografia daquele que comandara tão intrépido assalto militar ao Quartel General da 3ª Região Militar, sediado em Porto Alegre, na tarde de 3 de outubro de 1930, e executado por um pugilo de homens da extinta Guarda Civil.

Assim percorremos vários caminhos – Sr. Amaro Barcellos Feio, Sras. Luiza Soviero Feio, Maria Fausta Feia Obino e Graziella Ferraz Feio, e mais o Cel EBTolio Soviero, respectivamente, irmão, viúva, filha, cunhada e sobrinho de Agenor. Todos nos cercaram com o carinho e atenção.

Tudo começara com as preciosas indicações do Cel PM Paulo Fernandes e Maj. PM Wolmer Correa que haviam feito tais orientações.

A filha Maria Fausta nos disse, da última homenagem prestada – mesmo decorridos 11 anos da morte de Agenor – isto tinha acontecido no último dia 6 de agosto, quando o Prefeito Municipal de Niterói Sr. Moreira Franco, assinou o Decreto nº 3360/80, com aquela data, e que a certa altura destacava: 

…”considerando que o ex-coronel Agenor Barcellos Feio prestou, com invulgar dedicação, assinalados serviços ao Estado do Rio de Janeiro, quer como titular do cargo de Secretario de Segurança Pública quer no desempenho dos mandatos eletivos de Deputado Estadual e Deputado Federal; considerando a desvelada atuação do saudoso homem público no desempenho de todas as importantes missões que lhe foram confiadas, decreta – Art.1º – É denominado Cel Agenor Feio o terminal rodoviário da zona norte de Niterói”…

As duas cartas que serão transcritas parcialmente adiante tem a maior valia documental – a primeira – do próprio Agenor – se constituindo em uma autobiografia – e a segunda – da sua filha Maria Fausta – complementa algumas posições e realizações de um homem que também soubera vencer longe de seu Estado.

Dados Pessoais - Sou filho de Felix Feio, natural de Soledade, e de Maria Fausta de Barcellos Feio, natural de Cachoeira do Sul. Nasci, em 9 de abril de 1896, no lugar denominado Charqueadas – 1º distrito do município de S. Jerônimo. Mas, minha família instalou-se, pouco depois, na cidade de S. Jerônimo, onde faleceram meus saudosos pais.

Cargos Ocupados - Antes de ser Prefeito de Santana, ocupei os seguintes cargos:

No Estado do Rio Grande do Sul
Praça de 1913 iniciou o meu oficialato na Brigada Militar, em 14 de dezembro de 1917, quando fui nomeado para o posto de alferes (2º tenente) e classificado no Grupo de Metralhadoras.
Fui ajudante de ordens do saudoso Coronel Afonso Emilio Massot, Comandante Geral da Brigada – chefe de grande envergadura moral, intelectual e profissional – hoje Patrono da Brigada Militar. A seu lado, atuei na guarnição e defesa da Capital do Estado, por ocasião da revolução de 1923, tendo tomado parte na fuzilaria que se travou, numa fria madrugada de agosto daquele ano, na Praça de Bombeiros, em Porto Alegre, entre uma força da Brigada, por mim dirigidos, e revolucionários que pretendiam apoderar-se de metralhadoras dos 3º Batalhão, por meio de suborno dum cabo que foi, entretanto, leal e revelou o plano, permitindo que o grupo sedicioso fosse desbaratado, após a sua reação.

Como o 1º Tenente, em 1924, seguiu para a capital de S.Paulo, fazendo parte de um grupo de batalhões de caçadores da Brigada, que para ali se deslocou, com o efetivo de 1.000 homens, para combater, ao lado das forças legais, contra os rebeldes do General Isidoro Dias Lopes, que ocupavam a cidade. Durante mais de umas nós, o G.B.C. combateu, bravamente, os rebeldes nas ruas do Alto da Mooca, na zona do Hipódromo, onde se travaram renhidos encontros, inclusive, a baioneta, dentro das peculiaridades da luta, nas ruas, quarteirões e edifícios da cidade. Tivemos aí 5 mortos e 31 feridos. Depois da retirada dos rebeldes da capital, o G.B.C. teve ordem de deslocar-se para o Paraná, a fim de evitar a incursão dos mesmos neste Estado, pela fronteira paulista da Alta Sorocabana.

Como, entretanto, os rebeldes tivessem seguido, em várias composições de trem, pela Alta Sorocabana, rumo ao Porto Tibiriçá, nos barrancos do Rio Paraná, a divisão de operações deu ordem ao G.B.C. para retornar a S. Paulo, a fim de assumir a vanguarda das tropas do Exército e auxiliares que perseguiam a coluna de Isidoro. Em Presidente, o G.B.C. assumiu a vanguarda e combateu em Santo Anastácio com a “coluna da morte”, comandada pelo famoso tenente Cabanas. A luta durou 4 horas. E os rebeldes, aproveitando-se da trégua da noite, retiraram-se pela madrugada. Tivemos, nesse combate, várias perdas, inclusive o Capitão Cristalino Pedro Fagundes, oficial de destacada bravura.

Após 3 meses de operações, o G.B.C. retornou a Porto Alegre, depois de ter cumprido com sacrifício e bravura a sua missão. Em 15 de abril de 1925, fui promovido ao posto de capitão e nomeado, na mesma data, para o cargo de secretário da Brigada Militar, no comando do Coronel Massot.
Com o infausto falecimento deste grande chefe, em 21 de outubro de 1925, as sumiu, em seguida, o comando da Brigada, o saudoso coronel Claudino Nunes Pereira – oficial culto, dinâmico e empreendedor – que me convidou para que continuasse, no seu comando, ã frente da Secretaria da Brigada, cargo que exerci até 18 de janeiro de 1929, data em que, no governo do grande brasileiro e estadista, o saudoso Dr. Getúlio Vargas, então Presidente do Estado e a quem a Nação deve a obra inolvidável da sua transformação social, politica e econômica, que se operou no seu benemérito governo – fui nomeado para organizar e exercer, em comissão, o cargo de comandante do Corpo de Guardas Civis de Porto Alegre.
Depois de estudar as organizações das Polícias Civis do Rio e de S. Paulo, imprimi organização moderna ao Corpo de Guardas Civis de Porto Alegre, dentro dos princípios da polícia preventiva, branda, maneirosa e assistencial, sem prejuízo de ação firme, quando necessária ela se tornasse.
Foram adotados uniformes mais condizentes com a função especifica da corporação e submetido o pessoal, para admissão, a rigorosos testes mentais, físicos e morais. Era intensiva a instrução policial teórica e prática, de acordo com modernos métodos, além dos treinamentos de ordem unida – a escola da coesão e da disciplina.
Dava-se, em geral, preferência para a admissão aos melhores reservistas do Exército e da Brigada, homens já com o espírito de disciplina e os sensos adquiridos na caserna, além de treinados no manejo das armas leves e pesados, dentro do critério de que a policia preventiva deve também estar apta a usar de meios adequados nos graves perturbações de ordem pública, atuando como policia de choque se necessário for.
O Corpo de Guardas Civis, hoje Guarda Civil de Porto Alegre, prestou e vem prestando os mais dedicados e relevantes serviços à coletividade, sendo que o Corpo de Guardas Civis, desempenhou, bravamente, sob o meu comando, coma supervisão do grande brasileiro e animador da Revolução, o saudoso Dr, Oswaldo Aranha, e do General Flores da Cunha, talvez a mais importante e decisiva missão da Revolução de 30, na tarde de 3 de outubro daquele ano, com a tomada do Quartel General da 3ª Região Militar e do Arsenal de Guerra , situado à rua dos Andradas, na Capital do Estado.

Nessa violenta refrega, que durou uns 15 minutos mais ou menos, o Corpo de Guardas Civis teve 7 mortos e 15 feridos, que deram as vidas e derramaram seu generoso sangue pela redenção da Pátria.

A 10 de outubro de 1930, fui promovido ao posto de major e dois dias depois, a 12 de outubro, fui comissionado no posto de tenente-coronel para comandar o 19 Batalhão de Infantaria da Reserva, que foi por mim organizado, com o efetivo de 800 homens, composto de pessoal do Corpo de Guardas Civis, de elementos da Brigada Militar e de voluntários incorporados.

Este Batalhão, rapidamente organizado, armado e equipado, seguiu em duas composições de trem para, ao lado das forças revolucionárias, lutar contra as forças reacionárias que ocupavam Itararé, em S. Paulo, e zonas circunvizinhas.

Com a deposição, porém, do governo pelas forças do Exército, estacionadas no Rio de Janeiro, as forças paulistas reacionárias depuseram as armas, evitando-se, assim, o derramamento de sangue, na iminente batalha de Itararé.

O Batalhão teve ordem de seguir para a cidade de S. Paulo, onde acantonou no Armazém B2 da Central do Brasil. Depois de uns dez dias de permanência em S. Paulo, tivemos ordem de regressar ao Rio Grande e chegamos a Porto Alegre, em 12 de novembro de 1930.



Estado do Rio de Janeiro – Niterói

O Cel Agenor Barcellos Feio veiu para o Estado do Rio a convite do Interventor Ernani do Amaral Peixoto, para ocupar o cargo de Secretário de Justiça e Segurança Pública. Foi nomeado a 5 de agosto de 1942 e tomou posse dia 6. A 29 de outubro de 1945 foi nomeado pelo Interventor Ernani Do Amaral Peixo To para exercer, em comissão, o cargo de Secretário de Segurança Pública. Tomou posse nesse dia. A 29 de fevereiro de 1946, foi nomeado pelo Exmo Sr. Presidente da República, Gen. Eurico Gaspar Dutra, para exercer as funções de membro do Conselho Administrativo do Estado do Rio de Janeiro. Tomou posse a 8 de março de 1946, no Palácio do Governo em Niterói. Em 1947, nas eleições de 19 de janeiro, se candidatou a Deputado Estadual pelo P.S.D. (Partido Social Democrático). Foi eleito e diplomado a 14 de fevereiro do mesmo ano.

Em 1950, nas eleições de 3 de outubro, candidatou-se novamente a Deputado Estadual pelo P.S.D. Foi eleito e diplomado a 31 de janeiro de 1951. Nesse mesmo ano o Governador do Estado do Rio, Ernani Do Amaral Peixito nomeou-o para exercer, em comissão, o cargo de Secretário de Segurança Pública. Tomou posse a 31 de janeiro e entrou em exercício. A 6 de agosto de 1952, recebeu da Câmara Municipal de Niterói o título de Cidadão Honorário de Niterói, título esse conferido em reunião realizada 15 de julho.
Em 1954, nas eleições de 3 de outubro se candidatou a Deputado Federal pelo P.S.D.; foi eleito e diplomado a 31 de dezembro do mesmo ano. No governo do Sr. Ernani do Amaral Peixoto foi nomeado para exercer o cargo de Ministro do Tribunal de Contas, a 22 de dezembro de 1954. O Exmo. Sr. Presidente da República, Juscelino Kubistschek, em 1959, nomeou o para Diretor da Caixa Econômica Federal, continuando nos governos dos Presidentes Janio Quadros e João Goulart, até o término de seu mandato, em 1964. Faleceu a 15 de dezembro de 1969, sendo enterrado no cemitério da Conceição, em Niterói.

O opúsculo publicado pela chefia da Polícia Civil/RS, em 1966, que transcrevo, cuja capa se encontra, na galeria, possibilitou que se obtivesse melhores informações sobre o Cel Agenor Barcellos Feio. Por terem chegado, imediatamente, após inciado o ataque ao quartel da 3ª Região Militar, são retratados como comandantes da ação: Oswaldo Aranha, Flores da Cunha e o então capitão Agenor Barcellos Feio.

FONTE:

terça-feira, 3 de setembro de 2013

MATRIZES DO LP DO CORAL DA APM




Gastão Gal 


Nobre amigo Bengochea, descobri quem está com as matrizes do LP do Coral da APM, é Microservice que comprou os direitos da Som Indústria e comércio S/A. Me responderam agora. 

Bem estou tentando sensibilizar nossa associação para reeditarmos em formato de CD e preservarmos nosso acervo da querida APM e seu coral. 

Quem tiver partituras por favor nos consiga para digitalizarmos, desejo a partir deste ponto colocar a partitura no programa Encore filmar e postar para todos nós recordarmos.

Também entrei contato com o Maestro Gil de Roca Sales para nos enviar a partitura de duas músicas cantadas pelo coral e cujos arranjos foram feitos por ele. Estou tentando. 




Alberto Afonso Landa Camargo - Esta foto junto ao "Laçador", à qual o Aldo se refere, é posterior a mim na APM. Desconheço o ano. Aquela que está em outra postagem, que reproduzo abaixo, tendo o Coral Misto da APM e do IE, juntamente com a Maestrina Dinah e o Maestro Radamés, é de 1969.

José Carlos Figueiró -  Revendo a foto, identifico perfeitamente ( 1a esquerda primeira fila) o saudoso New Aírton Frota. Era da nossa turma (asp 70) e se formou com a turma de 71. Portanto o ano da foto deve ser 70 ou 71.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

UMA BRIGADIANA GANHA O TROFÉU GURI DA EXPOINTER


ZERO HORA 28 de agosto de 2013 | N° 17536

TROFÉU GURI

Noite de homenagens. Cerimônia em Esteio destaca personalidades que ajudam a promover o Estado no país e no mundo


Ao som da tradicional canção que inspirou o Troféu Guri, 10 personalidades que se destacaram em suas atividades e promoveram o Rio Grande do Sul no país e no mundo foram homenageadas ontem à noite na Casa RBS, durante a 36ª Expointer, em Esteio. Em uma cerimônia festiva que contou com a presença do governador Tarso Genro, a 16ª edição do evento foi marcada pela emoção de gaúchos que voltaram a sua terra para receber a distinção.

A solenidade, apresentada pelo jornalista da Rádio Gaúcha Lauro Quadros, foi aberta com o Quarteto de Cordas Fina Estampa, de Novo Hamburgo.

– É motivo de muito orgulho para a RBS homenagear essas pessoas que, com paixão e dedicação pelo nosso Estado, contribuem para o seu desenvolvimento e para divulgar o que temos de melhor – disse o presidente-executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer.

Entre os homenageados deste ano, estavam oito guris e duas gurias. Alguns deles deixaram o Estado para fazer carreira nacional e internacional, como a apresentadora da TV Globo Fernanda Lima e o presidente da companhia aérea portuguesa TAP, Fernando Pinto.

– Nesse caminho que se faz pelo mundo, saí do Rio Grande do Sul com 12 anos, sempre tive em mente que toda a minha base, tudo o que eu aprendi, foi daqui que eu levei – disse Fernando Pinto, engenheiro mecânico nascido em Porto Alegre.

Governador destaca a pluralidade do povo gaúcho

Também longe da capital gaúcha desde a adolescência, a apresentadora e empresária Fernanda Lima tem ligação com o agronegócio, mesmo que tímida. No Rio de Janeiro, tem uma propriedade onde cria cerca de 70 cabeças de gado e alguns cavalos.

Primeiro a receber a premiação, o escritor Alcy Cheuiche usou um trecho da música Guri e lembrou emocionado o primeiro concurso de poesia de que participou, na década de 1960.

– Se alguma coisa fiz para merecer este troféu, foi que, por onde andei, mesmo sem bombacha e bota, sempre fui e serei gaúcho – afirmou Cheuiche.

Presente na solenidade, o governador Tarso Genro destacou que os agraciados da noite representam a síntese de um povo que tem uma pluralidade interna, na vida e na forma de encarar os desafios existentes.

– Daqui, de um Estado singular, saíram grandes iniciativas que formam o que melhor têm o Brasil – disse o governador.

Criado pela Rádio Gaúcha em 1998, o prêmio já homenageou 167 gaúchos de nascimento ou por adoção, que, graças a suas atividades, ajudaram a disseminar a cultura gaúcha e o Estado para além das fronteiras de seu território. Uma das principais atividades culturais do Grupo RBS na Expointer, a 16ª edição do evento de entrega dos troféus teve o patrocínio de Masal e CarHouse.


O NOME

- O Troféu Guri é uma homenagem ao cantor César Passarinho, que venceu o festival Califórnia da Canção Nativa em 1983 interpretando a canção Guri, de autoria de João Batista Machado e Júlio Machado da Silva Filho.

- Passarinho foi considerado o melhor intérprete da canção. Nascido em Uruguaiana, morreu em 1998, aos 49 anos, em Caxias do Sul, vítima de câncer.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

CANÇÃO OLÍMPICA DA BRIGADA MILITAR


Letra: José Hilário Ajalla Retamozo
Música: Zacheu Barbosa da Silva




Valorosa milícia do Estado
No altar dos esportes em pé
Tu conjugas o povo e o Soldado
Sob os louros da glória e da fé.

Brigada! Brigada! Espartanos em pé
Alvorece uma estrada
Aos que lutam com fé.

Os clarins que enaltecem os fortes
Vibram notas ao sol do amanhã
Há no emblema do amor aos esportes
Alvorada a raça mais sã.

Brigada! Brigada! Espartanos em pé
Alvorece uma estrada
Aos que lutam com fé.

Da caserna ao palácio do esporte
Do soldado ao mais alto oficial
A contenda consagra o mais forte
E a vitória ilumina o ideal.



O capitão Claudio Goggia conquistou o bronze  no hipismo.
Brasil termina em 1º nos Jogos Militares.

O BRIGADIANO


Autor: Ayrthon Nenê Caetano


Uns acreditam na sina outros creem em missão

Eu penso que e vocação ter função de brigadiano

Pois e preciso coragem para um ser em sã consciência

Enfrentar rixa e pendências dia a dia ano a ano



É andar ostensivamente mantendo a ordem e a paz

Prevenindo o meliante das consequências da ação

É convencer o ladrão a não praticar o roubo

É presenciar fato horrendo sem demonstrar reação



É o brigadiano que empresta muitas vezes seu ombro amigo

Para a mãe, o pai ou o filho na presença do sinistro

Quantas vezes corre o risco no meio de uma investida

De perder a própria vida pra nos livrar do perigo



Todo o policial fardado transmite mais segurança

E o Cidadão tem confiança no servidor da Brigada

Pois sabe que se a armada faz ronda em certo local

Nem um fulano de tal ousara qualquer jogada



Não pensem alguns Cicranos que eu estou puxando o saco

Pois sou um cidadão correto cumpridor de meu dever

Apenas quis demonstrar um gesto de gratidão

Aos que tem por missão nos guardar e proteger.