sábado, 18 de novembro de 2017

BRIGADA MILITAR 180 ANOS SERVINDO AO POVO GAUCHO E BRASILEIRO




JORGE BENGOCHEA
Uma das mais antigas das instituições gaúchas, a gloriosa Brigada Militar completa hoje 180 anos de existência. A história desta corporação é escrita com exemplos de lealdade, bravura, dedicação e solidariedade, fundadas em atos de sacrifício, sangue e glórias nos combates em revoluções, nos enfrentamentos com o fogo em sinistros,  nas calamidades, e nas ruas contra violadores da lei que tiram direitos e aterrorizam a população.

A Brigada Militar foi criada em plena Revolução Farroupilha para defender Porto Alegre e, na paz, estruturada para proteger as pessoas, defender a lei e a justiça, preservar a ordem pública e garantir o direito de todos à segurança pública. Respeitada pela população e reconhecida pelas Forças Armadas, a Brigada Militar sempre contou com oficiais estrategistas e líderes capazes, com graduados que honravam as divisas e com soldados que nunca se rendiam, exemplos até hoje praticados nesta transformação de guerreiros para policiais em cenários diferentes, mas não menos perigosos. 
A população do Rio Grande do Sul sempre admirou a solidariedade dos brigadianos, dedicados ao dever e presentes nos momentos de emergência e de dor, seja no campo, nas estradas ou na cidade. Ao incorporar os corpos de Bombeiros, vários brigadianos mostraram tenacidade, rapidez e coragem no enfrentamento do fogo, da força da natureza em calamidades e dos socorros de emergências. 

Nos versos de Teixeirinha, no filme "Os Abas Largas"de Sanin Cherques, da Lupa Filmes (1962)e em outras criações artísticas, o brigadiano é retratado com atributos que sempre dignificaram a corporação no cumprimento do dever. Não é a toa que Brigada Militar é o coringa das instituições gaúchas, preenchendo tarefas com responsabilidade e eficácia onde outros falharam.

Com o tempo, sem perder seus valores, princípios e obrigações, os brigadianos evoluíram de guerreiros para policiais, de militares combatentes para militares policiais e bombeiros, assumindo obrigações na preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio; no policiamento de proximidade e mediação de conflitos; nas ações e operações especiais; em missões contra incêndios, sinistros e calamidades; em defesa do meio-ambiente; na administração de presídios; no exercício de forças tarefas; na Força Nacional de Segurança; nas forças da ONU; e em ações cívico-sociais como o Proerd e Patrulha Maria da Penha.

Hoje, os Oficiais da Brigada Militar são recrutados com o requisito do bacharelado em direito passando por curso específico para ser nomeado Capitão. Cursos de doutorado e mestrado em segurança pública são obrigatórios para o Oficial dar seguimento à carreira até o último posto de Coronel. E as praças, na sua maioria, já possuem cursos universitários, doutorado e mestrado, além de cursos específicos nas diversas áreas de atuação policial, bombeiro, prisional, social e ambiental. O Corpo de Bombeiros, crescido e estruturado, seguindo seus próprios passos como uma corporação independente, só enaltece o belo trabalho da corporação em relação a este segmento tão importante na defesa civil.

É, nossa corporação evoluiu, e hoje é uma instituição especificamente policial estruturada e capacitada para exercer função essencial à justiça e de preservação da ordem pública, superando a insuficiência de efetivos, as dificuldades salariais, o desvio de efetivos para outras finalidades, a perda da autoridade e o pouco respaldo legal, político e judicial, mas mantendo sempre a prontidão, galhardia, a honra, a dedicação, a eficiência multitarefa e o heroísmo que a história se encarregou de descrever e aclamar. 

À Brigada Militar nossos parabéns por mais um ano de existência.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

OS 18O ANOS DA BRIGADA MILITAR




JORNAL DO COMÉRCIO 17/11/2017


Paulo Franquilin


A Brigada Militar gaúcha chega aos seus 180 anos neste sábado, 18 de novembro de 2017, com uma história ligada ao nosso Estado e ao Brasil, estando envolvida em diversos fatos importantes, destacando-se pela sua perfeita integração com a comunidade rio-grandense. No longínquo ano de 1837, em plena Revolução Farroupilha, foi criada para proteger a população de Porto Alegre, e, com o passar dos anos, foi expandindo-se para outros municípios, passando a fazer parte de cada comunidade onde se instalava. Ao longo de mais de um século esteve envolvida em guerras e revoluções, destacando-se a Federalista, de 1893, a Assisista, de 1923, a Revolução de 1930, passando pela Constitucionalista em 1932, a Intentona Comunista de 1934, chegando à Legalidade no ano de 1961.

Depois teve um período de avanços na direção do envolvimento com a comunidade, sendo criados, na década de 1950, os "Abas Largas", primeira forma de polícia montada e os "Pedro e Paulo", atuação em duplas que patrulhava as ruas. Na década de 1960, surgiram as "Rádio Patrulhas", pioneiras do patrulhamento motorizado, passando por ações de repressão às manifestações populares durante a ditadura militar. Após a abertura no final dos anos 1970, foi tornando-se mais integrada à comunidade, chegando ao ano de 1988, com a Constituição Cidadã, a tornar-se uma instituição protetora dos direitos fundamentais de todos os gaúchos. Chega aos 180 anos como uma polícia prestadora de serviços à comunidade gaúcha, auxiliando na proteção de todos, preservando a vida e interagindo com todos os segmentos sociais.

Tem ainda a preocupação com a prevenção da criminalidade na atuação em projetos sociais, atuando na orientação contra as drogas e na proteção dos direitos de crianças e adolescentes de todas as classes sociais. Parabéns a todos os integrantes de Brigada Militar pelos 180 anos de existência da nossa Briosa!


Oficial da Reserva da BM e jornalista



Os 180 anos da Brigada Militar Paulo Franquilin A Brigada Militar gaúcha chega aos seus 180 anos neste sábado, 18 de novembro de 2017, com uma história ligada ao nosso Estado e ao Brasil, estando envolvida em diversos fatos importantes, destacando-se pela sua perfeita integração com a comunidade rio-grandense. No longínquo ano de 1837, em plena Revolução Farroupilha, foi criada para proteger a população de Porto Alegre, e, com o passar dos anos, foi expandindo-se para outros municípios, passando a fazer parte de cada comunidade onde se instalava. Ao longo de mais de um século esteve envolvida em guerras e revoluções, destacando-se a Federalista, de 1893, a Assisista, de 1923, a Revolução de 1930, passando pela Constitucionalista em 1932, a Intentona Comunista de 1934, chegando à Legalidade no ano de 1961. Depois teve um período de avanços na direção do envolvimento com a comunidade, sendo criados, na década de 1950, os "Abas Largas", primeira forma de polícia montada e os "Pedro e Paulo", atuação em duplas que patrulhava as ruas. Na década de 1960, surgiram as "Rádio Patrulhas", pioneiras do patrulhamento motorizado, passando por ações de repressão às manifestações populares durante a ditadura militar. Após a abertura no final dos anos 1970, foi tornando-se mais integrada à comunidade, chegando ao ano de 1988, com a Constituição Cidadã, a tornar-se uma instituição protetora dos direitos fundamentais de todos os gaúchos. Chega aos 180 anos como uma polícia prestadora de serviços à comunidade gaúcha, auxiliando na proteção de todos, preservando a vida e interagindo com todos os segmentos sociais. Tem ainda a preocupação com a prevenção da criminalidade na atuação em projetos sociais, atuando na orientação contra as drogas e na proteção dos direitos de crianças e adolescentes de todas as classes sociais. Parabéns a todos os integrantes de Brigada Militar pelos 180 anos de existência da nossa Briosa! Oficial da Reserva da BM e jornalista - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/11/opiniao/596644-os-180-anos-da-brigada-militar.html)
Os 180 anos da Brigada Militar Paulo Franquilin A Brigada Militar gaúcha chega aos seus 180 anos neste sábado, 18 de novembro de 2017, com uma história ligada ao nosso Estado e ao Brasil, estando envolvida em diversos fatos importantes, destacando-se pela sua perfeita integração com a comunidade rio-grandense. No longínquo ano de 1837, em plena Revolução Farroupilha, foi criada para proteger a população de Porto Alegre, e, com o passar dos anos, foi expandindo-se para outros municípios, passando a fazer parte de cada comunidade onde se instalava. Ao longo de mais de um século esteve envolvida em guerras e revoluções, destacando-se a Federalista, de 1893, a Assisista, de 1923, a Revolução de 1930, passando pela Constitucionalista em 1932, a Intentona Comunista de 1934, chegando à Legalidade no ano de 1961. Depois teve um período de avanços na direção do envolvimento com a comunidade, sendo criados, na década de 1950, os "Abas Largas", primeira forma de polícia montada e os "Pedro e Paulo", atuação em duplas que patrulhava as ruas. Na década de 1960, surgiram as "Rádio Patrulhas", pioneiras do patrulhamento motorizado, passando por ações de repressão às manifestações populares durante a ditadura militar. Após a abertura no final dos anos 1970, foi tornando-se mais integrada à comunidade, chegando ao ano de 1988, com a Constituição Cidadã, a tornar-se uma instituição protetora dos direitos fundamentais de todos os gaúchos. Chega aos 180 anos como uma polícia prestadora de serviços à comunidade gaúcha, auxiliando na proteção de todos, preservando a vida e interagindo com todos os segmentos sociais. Tem ainda a preocupação com a prevenção da criminalidade na atuação em projetos sociais, atuando na orientação contra as drogas e na proteção dos direitos de crianças e adolescentes de todas as classes sociais. Parabéns a todos os integrantes de Brigada Militar pelos 180 anos de existência da nossa Briosa! Oficial da Reserva da BM e jornalista - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/11/opiniao/596644-os-180-anos-da-brigada-militar.html)
Os 180 anos da Brigada Militar Paulo Franquilin A Brigada Militar gaúcha chega aos seus 180 anos neste sábado, 18 de novembro de 2017, com uma história ligada ao nosso Estado e ao Brasil, estando envolvida em diversos fatos importantes, destacando-se pela sua perfeita integração com a comunidade rio-grandense. No longínquo ano de 1837, em plena Revolução Farroupilha, foi criada para proteger a população de Porto Alegre, e, com o passar dos anos, foi expandindo-se para outros municípios, passando a fazer parte de cada comunidade onde se instalava. Ao longo de mais de um século esteve envolvida em guerras e revoluções, destacando-se a Federalista, de 1893, a Assisista, de 1923, a Revolução de 1930, passando pela Constitucionalista em 1932, a Intentona Comunista de 1934, chegando à Legalidade no ano de 1961. Depois teve um período de avanços na direção do envolvimento com a comunidade, sendo criados, na década de 1950, os "Abas Largas", primeira forma de polícia montada e os "Pedro e Paulo", atuação em duplas que patrulhava as ruas. Na década de 1960, surgiram as "Rádio Patrulhas", pioneiras do patrulhamento motorizado, passando por ações de repressão às manifestações populares durante a ditadura militar. Após a abertura no final dos anos 1970, foi tornando-se mais integrada à comunidade, chegando ao ano de 1988, com a Constituição Cidadã, a tornar-se uma instituição protetora dos direitos fundamentais de todos os gaúchos. Chega aos 180 anos como uma polícia prestadora de serviços à comunidade gaúcha, auxiliando na proteção de todos, preservando a vida e interagindo com todos os segmentos sociais. Tem ainda a preocupação com a prevenção da criminalidade na atuação em projetos sociais, atuando na orientação contra as drogas e na proteção dos direitos de crianças e adolescentes de todas as classes sociais. Parabéns a todos os integrantes de Brigada Militar pelos 180 anos de existência da nossa Briosa! Oficial da Reserva da BM e jornalista - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/11/opiniao/596644-os-180-anos-da-brigada-militar.html)

domingo, 19 de junho de 2016

A HISTÓRIA DA BRIGADA MILITAR SENDO RESGATADA PARA A ETERNIDADE




 ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO MUSEU DA BRIGADA MILITAR


O Cel Jerônimo Braga informa que a Associação Amigos do Museu da Brigada Militar faz um grande esforço no sentido de manter o site www.aambm.org.br, para publicar em acesso livre, toda a documentação, livros e boletins especiais que tratam da história da BM e do RS, para tanto precisa de apoio de voluntários, para as despesas de ocerização do material e manutenção do site (conversão de imagens em imagens pesquisáveis para permitir pesquisar palavras no conteúdo das imagens).

As reuniões são no Museu todas as quartas-feiras à tarde e as colaborações podem ser depositadas em nossa conta no Sicredi, nº 44580, CNPJ 10833383/0001-32. Aos colaboradores apresentamos balanço mensal de nossa movimentação.

  www.aambm.org.br


 COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quando servi no EMBM construimos o plano estratégico situacional da Brigada Militar e entre seus objetivos estava a necessidade de implementar o marketing institucional para difundir a história, a estrutura, as missões, o policiamento ostensivo preventivo e as operações da Brigada Militar e sua importância nos contextos social, político e jurídico. A grandiosidade e a complexidade das tarefas da Brigada Militar são pouco conhecida no interior do RS e até no Brasil, tanto no ambiente político como judicial e comunitário, onde a presença e a confiança na BM são medidas na postura e nas ações dos comandantes e policiais locais. Daí a necessidade de aprimorar o Museu de Brigada Militar e promover ações de marketing institucional para difundir o que é a Brigada Militar e sua importância social para os gaúchos e brasileiros.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

OS CEM ANOS DO REGIMENTO BENTO GONÇALVES




ZERO HORA 25 de janeiro de 2016 | N° 18425


ALMANAQUE GAÚCHO | Antônio Goulart




Em 25 de janeiro de 1916, pelo decreto nº 2.172, o então presidente do Rio Grande do Sul, Salvador Ayres Pinheiro Machado, transformou a chamada Escolta Presidencial numa unidade independente, a qual vinha atuando desde 1913 como um pequeno destacamento mantido na sede do governo, o Palácio Piratini. Mais tarde, em 1936, passou a denominar-se Regimento Bento Gonçalves, em homenagem ao grande chefe Farroupilha. Em 1974, é transformado em 4º Regimento de Polícia Montada, abreviado depois para 4º RPMon, sendo seu primeiro comandante o capitão Lourenço Galant.

Em sua longa trajetória, o Regimento Bento Gonçalves participou dos mais importantes episódios da história do Rio Grande do Sul. Em 1930, ainda como Escolta Presidencial, seguiu com um contingente de 145 homens até o Paraná, acompanhando o trem em que viajava Getúlio Vargas com destino a São Paulo, seguindo depois para o Rio de Janeiro, onde acabou assumindo a Presidência da República.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o RBG teve o seu chamado batismo de fogo, numa operação de guerra no município de Soledade, quando o interventor Flores da Cunha deslocou tropas da Brigada Militar com o propósito de combater e reprimir os revoltosos. O confronto ocorreu às margens do Rio Fão, no dia 13 de setembro de 1932.

No período do Movimento da Legalidade, em 1961, o Regimento, como parte integrante da Brigada Militar, teve atuação decisiva na manutenção da ordem na cidade.

O Regimento Bento Gonçalves realiza anualmente, desde 1960, o Festival Hípico Noturno, com 56 edições ininterruptas, dentro dos festejos de aniversário da corporação.

Atualmente, o RBG tem em seu quadro 208 servidores militares, que atuam, com dois esquadrões montados, em todos os bairros da Capital, e um Esquadrão de Guarda que executa serviços junto ao Palácio Piratini. O atual comandante é o major Armin Hugo Muller Neto.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

PARABÉNS, BRIGADA MILITAR - 178 ANOS



CORREIO DO POVO


Paulo Roberto Mendes Rodrigues
Juiz-Cel TJMRS






Brigada! Hoje - 18/11/2015 - é dia de prestarmos uma continência bem caprichada a uma senhora, já idosa, mas com espírito sempre jovial e forte, pois ela está de aniversário. Como diz o velho sábio: “O ontem é passado, o amanhã é uma incógnita e o hoje é uma dádiva e, por isso, o chamamos de PRESENTE”! E, certamente, o que pretendemos nesta simples homenagem é oferecer um reconhecimento a cada um dos milicianos que compõem a grande família da brigadiana.

Reviver um pouco desta história é importante e ela começa em 18/11/1837, em plena Revolução Farroupilha, com o nome de Corpo Policial. Durante sua evolução, adotou diversas denominações, mas firmou cadência em 15/10/1892, quando assumiu a atual designação.

Inicialmente, sua missão principal era a defesa territorial, e nossos valorosos antepassados foram aguerridos e fortes. Foram muitos “combates e entreveros”, no Estado e fora dele, todos vitoriosos, porém, nunca se descuidou da proteção aos gaúchos. Adiante, em 1955, são criadas a Companhia Pedro e Paulo e o Regimento dos “abas-largas”, os quais caíram na simpatia da população, pelas atuações sempre eficientes no combate a bandidagem.

Ganhou um grande presente em 1967, assumindo a exclusividade das atividades de policiamento ostensivo. Adiante, já ano de 1987, houve outro avanço importante: foi criada a Companhia de Policiamento Feminino. Era a vez de as mulheres darem a sua contribuição ao policiamento. E, em 1988, a Constituição Federal assegurou o exercício de polícia ostensiva e a preservação da Ordem Pública, tudo visando à construção da tão almejada paz social.

Atualmente são milhares de atendimentos ao público em suas complexidades do dia-a-dia, o que exige a profissionalização cada vez mais intensa de nossos valorosos brigadianos, os verdadeiros guardiões dos pampas gaúchos.

Diuturnamente, vestindo seu uniforme sempre sagrado, caminhando com suas botinas e de passos firmes e largos, rumo ao seu bicentenário. Em sua homenagem, portanto, lembremos parte de sua canção: “dos leões farroupilhas trazemos o vigor destemido no ser. Heroísmo, bravura e ousadia pra vitória final merecer! ...” .

Ah! Talvez seja oportuno, fazer um pequeno pedido ao nosso Governador, embora as sabidas dificuldades financeiras, para que determine rapidamente a recomposição dos efetivos, de forma a dar um basta definitivo na criminalidade que assola os gaúchos no dia-a-dia.

Parabéns, Brigada Militar!

BRIGADA VELHA DE GUERRA





CORREIO DO POVO

OSCAR BESSI


“ Brigada velha de guerra”. Ele se referia assim, ao falar da corporação cuja farda vestiu por 34 anos. Era o jeito como meu pai a definia. 

E, em suas memórias, voltava o soldado Bessi, incluído nas fileiras em 1946, ao largar a vida de cortador de mato no esquecido Vapor Velho, depois de perder o pai e quase ter o pé decepado por um machado, sem perder a vontade de fazer algo a mais na vida. Jurou defender seu povo. 

Na época, os jovens alemães, seus amigos de infância no Vale do Caí, que sofriam perseguições do pós-guerra. Vejo suas fotos em preto e branco que me deixou de herança, acampado em rincões do pampa como São José dos Ausentes. Um menino e seu compromisso. Como prender o desordeiro que espancava prostitutas para, anos depois, reencontrá-lo prefeito de uma cidade. Que, formado, conheceu os livros, em novembro, o mês em que nasceu, mês que seria da Feira do Livro de Porto Alegre, que me ensinou a frequentar. Mês que escolheu para deixar este mundo. Os livros o levaram a ser cabo, sargento, oficial. 

Quando comecei a escrever no Correio do Povo, falava com carinho e orgulho do cabo Vito, pai do nosso Juremir, que adorava ler. De sua vida ativa até a minha foram seis décadas de imersão nas entrelinhas desta força policial quase bicentenária. Força que sobreviveu às críticas, à politicagem, às forças contrárias e aos seus próprios erros históricos. 

Meu pai contava suas participações como cavalariano no tumulto após a morte de Getúlio (que ele idolatrava igual aos operários, mesmo com aquelas escorregadelas tirânicas), as trincheiras da Legalidade, o asco que sentia em relação ao regime militar. Contava-me sem papas na língua quem fez o quê. Só me pedia para não repetir por aí, pois “tu não sabes do que essa gente é capaz”, repetia, apavorado, no dia em que me viu com um bóton clandestino, no tempo do governo Figueiredo. Os tempos mudavam, eu sabia. Mas meu pai era gato escaldado. 

A Brigada Militar de hoje conta outras histórias, todos os dias, de novas guerras. De vidas que se salvam, de soldados lutando contra o caos, sempre melhor armado, mas conseguindo vitórias, mesmo que pareçam em vão ou resultem em pouco mais que nada. A farda maltratada na cultura da impunidade, mas único fio de esperança em instantes de desespero. O portal público de socorro 24h. Erros? Sim, eles existem. Humanos erram todos os dias, em todos os lugares, e os erros nos machucam. Enfim. Pobre humanidade, essa de trilhos abandonados, destruições, agressões ao semelhante. Mas recheada de heróis anônimos. A estes que peço um abra- ço. Os bons existem. E só eles são capazes de se tornarem perenes.



BRIGADA FUTEBOL CLUBE

ZERO HORA 21 de junho de 2015 | N° 18201


NO ATAQUE | Diogo Olivier



 

A DONA DA BRAÇADEIRA



MICHELE MARIA, Capitã do 1º Batalhão de Operações Especiais (BOE) de Porto Alegre

Ela não é Nascimento como o do cinema, eternizado pelo ator Wagner Moura. Mas é capitão de elite tanto quanto. Ou melhor, capitã. Gaúcha de Santa Maria, advogada, 36 anos, dançarina de jazz, solteira, 1m73cm, sem namorado, treinada em artes marciais combinadas, falante mas capaz de se esquivar de temas nos quais boca fechada é sabedoria, Michele Maria Sagin da Silva é a primeira mulher a alcançar o cobiçado oficialato no 1º Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (BOE), em Porto Alegre.

Michele se acostumou a esfarelar paradigmas. Entrar para o BOE, onde é preciso combinar tirocínio, fortaleza psicológica e potência física é apenas o mais expressivo. Mas há outros, prosaicos, que a gente nem imagina. Arrumar um jeito de aprisionar as longas madeixas cacheadas dentro do capacete é um deles. Diziam que teria de cortar o cabelo. Não cortou. Segue as regras de corporação no uso de maquiagem suave para os olhos verdes.

Pois Michele, com seu amplo currículo militar, agora trabalha em jogos de Inter e Grêmio. A qualquer momento pode ser requisitada a atuar no corpo a corpo destas badernas de organizadas, cujas rixas já produziram mortes e depredação de toda espécie.

– Se tiver que entrar, eu entro. Se o sujeito perceber que tu sabe, e eu sei, pode apostar que eu sei, ele recua na hora. Sou treinada. É só focar na técnica, não tem mistério.

Eu é que não vou duvidar da dona da braçadeira.

É mais difícil para uma mulher entrar no BOE?

O que eu mais ouvia era: “Você vai ficar na parte física”. Eu me entreguei de corpo e alma ao Curso de Especialização em Operações de Choque. Foram 45 dias intensos. Você faz tudo de colete, capacete, o equipamento do dia a dia. Sem condicionamento de longa data, sem uma memória física, não entra. Mas além da força, física e mental, é crucial a determinação. Trata-se de quebrar paradigmas. Era o meu sonho, desde que me formei em Direito. Lutei muito para estar aonde estou, nestes 9 anos de corporação e dois na Academia de Polícia.

Você está falando de machismo?

A sociedade é machista. Todo mundo sabe disso. O Rio Grande do Sul, mais ainda. Mas já não é como antes. E tem também o lado do conformismo da própria mulher, que termina sendo levada sempre para o lado da gestão, da administração, em vez do trabalho físico que exige embate. Por que não pode? Pode, sim.

Tem vestiário feminino para você no BOE?

Não, pois sou a primeira mulher. Mas fico no alojamento das mulheres praças sem o menor problema. Somos uma equipe, e elas também são pioneiras. No futuro, com mais mulheres oficiais, certamente construirão um. É o que te falo, dos paradigmas.

E as piadinhas machistas?

Nunca ouvi na BM (Michele chefiou a terceira seção do 2º BOE de Santa Maria; o 4º Pelotão da 1ª Companhia do 7º BPM em Crissiumal e, no 15º BPM, esteve à frente da Companhia de Operações Especiais). É uma questão de postura. Sou muito profissional. A conduta no BOE é rígida e respeitosa para todos, homens e mulheres. É bem tranquilo.

E o possível cara a cara com a violência dos barra-bravas?

Já atuei em jogos, de prontidão. Sou combatente. Sou choqueana. Se tiver de entrar no estádio para resolver alguma confusão, eu entro e não tem conversa. Se o sujeito perceber que tu sabe o que está fazendo, e eu sei, ele recua. Nunca tive problema com isso por ser mulher. É uma questão de técnica, de treinamento. Você vai lá e faz. É o nosso trabalho.

Não dá medo?

(Risos) Tá falando sério?

Para que time você torce?

(Mais risos) Brigada Militar Futebol Clube.

Aonde a capitã Michele Maria quer chegar?

O meu sonho está realizado. Já tive convites para outras funções, algumas administrativas, em razão da minha formação acadêmica (Michele tem especializações em direito processual civil e direito constitucional aplicado, integrou a assessoria jurídica do Comando Geral da BM e fez o curso de contrainteligência da BM). Mas não quero. Eu quero o BOE. O que vier agora é lucro, mas que venha naturalmente.